por Fábio S. Sardi
A transmissão, chamada popularmente de câmbio, tem papel fundamental no desempenho e economia de combustível, e sua escolha tem relação direta com o custo, projeto ou tipo de uso do veículo.
A transmissão é um dos componentes que mais sofreu evolução, através de processos de usinagem mais precisos, uso de novos materiais e compostos, o emprego da eletrônica e mecatrônica e o desenvolvimento de óleos lubrificantes mais eficientes.
É fundamental identificar o tipo de transmissão para fazer a indicação correta do óleo lubrificante. Veja os tipos de transmissões existentes e seus lubrificantes:
Transmissão Manual
Tradicional, recebeu poucos avanços com relação ao seu conceito de funcionamento. Depende de uma embreagem para ser desacoplada do motor nos momentos de parada e troca de marchas. As mais antigas de 4 marchas usavam óleo SAE 90, as atuais podem ter até 6 marchas, e usam geralmente óleos sintéticos SAE 75w90, ou outra viscosidade próxima a esta. Os fabricantes geralmente não especificam o tempo de troca, mas podemos afirmar que 50.000 kms é a quilometragem suficiente para quem deseja manter este tipo de sistema em ordem.
Manutenção simples e barata
Utilização mais difícil
Transmissão Automática Convencional
O grande trunfo desta transmissão está no seu sistema de acoplamento e desacoplamento do motor, e o responsável por este trabalho é um componente chamado conversor de torque, que utiliza a força hidráulica para movimentar o veículo, fazendo o acoplamento através do fluído, e não mecânico como na transmissão manual; com isso é dispensado o pedal da embreagem. A passagem das marchas é controlada por válvulas chamadas de solenóides, gerenciadas por sistemas eletrônicos.
As transmissões automáticas modernas podem ter até 9 marchas a frente e “aprendem” o modo de dirigir do condutor, com isso se antecipam a algumas situações.
Quanto a troca do óleo, alguns fabricantes afirmam ser desnecessária, porém, o que se vê na prática, é que veículos mais rodados estão sofrendo danos ocasionados pela decomposição do óleo lubrificante e formação de borras e vernizes. Para evitar danos neste tipo de transmissão, recomendamos a troca a cada 50.000 kms, e o tipo de lubrificante deve seguir a especificação do fabricante, que é um ATF Dexron II ou III nas mais antigas, e sintéticos Dexron VI ou com homologações específicas que devem ser conferidas no manual do veículo.
Uso simples, confortável e seguro. Maior durabilidade de motor e componentes da transmissão
Maior consumo de combustível
Transmissão Automatizada
Famosa pelos pequenos trancos nas passagens de marcha e manutenção frequente, a transmissão automatizada nada mais é que uma transmissão manual que recebeu um sistema eletromecânico, capaz de fazer o acionamento da embreagem e a passagem das marchas sem a intervenção do condutor, tudo controlado eletronicamente. Quanto a manutenção, é similar a transmissão manual, em geral utilizam um óleo sintético SAE 75w90 na caixa de câmbio, e outro lubrificante para o sistema eletromecânico, onde se encontra um pequeno reservatório.
Mesmo consumo de combustível de uma transmissão manual, com maior conforto
Pequemos trancos em trocas de marcha, manutenção frequente
Transmissão Automatizada de Dupla Embreagem
É um avanço da transmissão automatizada, com resultados excepcionalmente melhores. Conta com duas embreagens e dois conjuntos de engrenagens, um para as marchas pares e outro para as ímpares. Quando uma marcha é engatada, o outro conjunto de engrenagens fica pronto e pré-engatado, bastando apenas o acionamento das embreagens para efetuar a troca. Desta maneira, este sistema consegue ser rápido, sem trancos, além de contar com a eficiência de um câmbio mecânico quando se trata de transmissão de força, com poucas perdas mecânicas.
Quanto a quilometragem para manutenção de troca de óleo, também é similar as transmissões manuais, mas os lubrificantes tem especificações próprias, sempre sintéticos.
Trocas extremamente rápidas e sem trancos
Economia de combustível
Alto custo de manutenção
Transmissão CVT
Geralmente utilizada por modelos japoneses, conta com um conjunto de polias cônicas e uma correia metálica. Através da variação do posicionamento desta correia nas polias cônicas, obtem-se infinitas variações de relação, e desta forma esta transmissão não tem marchas fixas. Assim o motor trabalha sempre no giro ideal, sem muitas oscilações de rotação, proporcionando economia de combustível e durabilidade do conjunto motriz.
O lubrificante deve ser específico, e a troca a cada 50.000 kms.
Economia de combustível e durabilidade do motor.
Respostas mais lentas e direção sem emoção.
Ultimos
Avanços
Trocas sequenciais
Trocas no volante
9 marchas
Acionamento eletrônico da alavanca
Automático sem alavanca
• A transmissão do tipo automática convencional foi criada em 1938 pela Oldsmobile, com apenas duas marchas a frente e batizada de Hydra-Matic.
• A transmissão de dupla embreagem surgiu na Fórmula 1, usada pela primeira vez na Ferrari de Nigel Mansel na temporada de 1989.
• O conceito aplicado nas transmissões CVT foi idealizado por Leonardo da Vinci em 1490.