Fábio Silva Sardi
Diretor Administrativo e Financeiro da Motorlub Comércio de Lubrificantes
Quatro Tempos – Como surgiu a ideia de fundar a Motorlub?
Fábio – Surgiu do idealismo e coragem de um jovem de 24 anos na época, que tinha verdadeira paixão pelo mundo dos carros. Os jovens em geral são muito persistentes e aguerridos. Em 1993, eu trabalhava numa famosa instituição financeira, e, com pouca idade já tinha chegado num cargo de gerência. Porém, aquele trabalho me expunha a pressões insuportáveis, especialmente para alguém que ainda não tinha grande experiência de vida. Foi então que vendi um carro semi-novo, juntei todos os trocados e, sem ajuda externa, montei a empresa, numa pequena sala comercial, focada em atender o varejo com lubrificantes, filtros e acessórios.
Quatro Tempos – O desenvolvimento da empresa foi rápido?
Fábio – Não, foi extremamente difícil. Pouca experiência, recursos escassos e, para piorar, meses depois da abertura da empresa, veio o plano real, trazendo mudanças drásticas na forma de trabalhar e no costume dos brasileiros. Como se não bastasse, nesta época no estado do Paraná, surgiram muitas empresas operando através de liminar, suspendendo o recolhimento do ICMS na fonte por substituição tributária, o que atraiu um sem número de maus comerciantes para o segmento, na época. Trabalhar de forma correta diante deste cenário foi um entrave enorme ao nosso desenvolvimento, mas nunca abrimos mão do que, para mim, sempre foi um princípio básico, regularidade fiscal. Foram necessários muitos anos para que o segmento superasse aquela situação.
Quatro Tempos – Quando nasceu a Motorlub para o atacado?
Fábio – No final de 1994, num encontro casual com o Ronaldo César Neves, nosso mais antigo representante, foi que nasceu o nosso atacado. O Ronaldo começou vendendo alguns poucos itens na região do norte velho do Paraná, mais especificamente ceras, estopas, óleo de mamona, entre outros, afinal, não conseguíamos à época, competir nos lubrificantes com as empresas que tinham liminar. Daí em diante foi tudo muito lento e gradual, sempre com muita dificuldade.
Quatro Tempos – Como você vê a Motorlub com relação a manter atacado e varejo?
Fábio – Temos hoje duas empresas em uma. O atacado é o grande canal por onde continuaremos nos desenvolvendo, pois este não oferece muitas limitações ao crescimento. Já o varejo é restrito ao potencial do ponto de venda. Hoje seguimos no varejo preocupados em atender com qualidade a carteira de clientes conquistada e na manutenção dos empregos que proporcionamos.
Quatro Tempos – Como é a Motorlub de hoje e como ela será nos próximos 20 anos?
Fábio – A Motorlub hoje colhe os frutos de um trabalho sólido e coerente. Nunca acreditamos no imediatismo, sempre trabalhamos semeando para depois colher. Passados estes 20 anos, temos uma empresa totalmente organizada e controlada, com destaque para a parte fiscal, onde é nossa premissa recolher todos os impostos, na área da informática, onde temos sistemas de controles de última geração e na área comercial, onde mantemos equipe de campo e equipe interna trabalhando dentro da mais completa harmonia através de regras claras e não conflitantes. Imagino que os próximos 20 anos não serão diferentes em relação ao esforço e trabalho, mas hoje temos uma equipe extraordinária, pessoas realmente diferenciadas que foram escolhidas e lapidadas ao longo destes anos, e que serão a base dos próximos 20 anos. Aproveito para agradecer aqueles que são a razão de tudo o que fazemos, os nossos clientes. A eles dedico estes 20 anos de luta.
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